E agora...

Nervosa... essa reunião não termina nunca... faz 15min que cheguei aqui mas estou muito mais ansiosa para chegar no próximo compromisso. Escuto músicas, parece que todas combinam com ele! Parece que todas foram escritas para nós!

Ai ai... chegou a hora... estou na frente do apartamento e com um frio gigantesco na barriga... prometi que vou tentar parecer o mais tranquila... não quero apressar nada... não quero forçar nada! Bom... vou bater!

Ele continua lindo... acho que está mais lindo do que era antes... adoro seus olhos, adoro suas mãos, o jeito debochado de falar... adoro como me explica tudo com detalhes, como parece querer que eu faça parte da sua vida... adoro como me mostra com orgulho seus amigos, parentes.... ai ai.... e agora?!

Finalmente nos beijamos... foi tão bom... não dá vontade de parar nunca... vontade de sair com ele de lá... carrega-lo de mãos dadas de vez pra minha vida... poder chama-lo de "meu"... só meu!

Falamos coisas, fizemos planos, contamos desejos, vontades, sonhos... senti um pouco de ciumes... ou como ele diz "zelo"... hehehehe...

Ele me disse que está apaixonado... disse pra mim, frente a frente... e eu... eu to babando né! Me disseram que estou diferente, distante, parecendo meio confusa... acho que realmente estou!

Para uma pessoa impaciente esperar 20min é demais... quanto tempo será que terei que esperar por ele??

Saudades já... e agora?

(by JCM)

Confusa...

"Ah, se eu tivesse intimidade..."

e me deixou falando sozinha... aquilo me deixou pensando o resto do dia.

É possivel isso? Aih meu Deus... que medo que acabar confundindo tudo, que medo de acabar me enganando.... é real? Claro que sim... e ao mesmo tempo é virtual!

Mas foi tão pouco tempo.... e foi o suficiente...

O consciente pede cautela.... e o inconsciente manda se entregar... vai lá, deixa de ser medrosa...

Mas ele também não pode... não posso me envolver novamente numa situação assim... não depois de tudo que já passei... depois de tudo que amadureci com antigos erros.

Meu coração está um tanto quanto acelerado... peito apertado... nervoso... dessa vez estou me policiando, tentando encontrar uma tranquilidade que não pertence a mim.

Não o beijei... mas queria... ihhhh.... já comecei a sonhar!!!

Ai, ai... daqui a pouco ele volta... passaremos horas juntos... ele lá... eu aqui!!

Que sensação boa... não consigo parar de sorrir... será?!

E se eu me apaixonar?

(by JCM)

Pela janela do banheiro... (parte 1)

O APARTAMENTO CERTO...

Parecia que nunca encontraria, foi quase um mês de procura e muita tristeza depois do assustador incidente. Aquela cidade nunca havia lhe inspirado muita confiança, mas daí entrarem na sua casa no meio da madrugada enquanto dormia, isso foi demais. Teve sorte de ter um amigo em casa naquela noite, tinha sido aniversário de um colega de trabalho. Todos se divertiam na pizzaria, era a única menina mas sempre se deu melhor mesmo com os rapazes, para o desespero dos ex-namorados. Beberam, comeram, riram e na hora de ir embora claro que não queria, o aniversariante era seu sonho de consumo, apaixonada por ele como nunca fora por ninguém antes, ficaram algumas vezes mas seu jeito moleque e estressado faziam com que brigassem mais do que qualquer outra coisa.

Então ali estavam, ao total eram sete e um amigo se ofereceu para deixa-la em casa, como falta de opção ela aceitou sem saber que estava tomando a decisão mais perfeita daquela noite.

As 4 horas da madrugada, em meio ao barulho da televisão, uma luz fraca na sala e um tanto quanto embriagada pelo vinho que tomara na pizzaria ela via uma mão passar pela fresta da porta de seu quarto. Ele pegava coisas uma a uma, primeiro uma carteira, um molho de chaves, algumas moedas. De quem era aquela mão? Era ele, seu amado? Mãe? Ao cair em si, em frações de segundos percebeu a presença do ladrão.

O amigo que dormia nos pés da cama a defendeu, teve luta, machucados leves mas por sorte tudo correu bem, infelizmente não prenderam o ladrão.

Foi então que começou a busca, precisava se mudar, estava de favor na casa de uma amiga e apesar de muito bem recebida se incomodava com a situação. Conheceu pessoas, fez novas amizades e então, resolveu se mudar.

O apartamento era bom, espaçoso, três quartos, e já tinha alguém para dividir o aluguel, gostava de morar sozinha mas nas condições atual não poderia desperdiçar essa oportunidade, era no mesmo condomínio onde já estava morando de favor com a amiga.

O apartamento era mesmo muito aconchegante, só tinha um problema, A JANELA DO BANHEIRO.

Coisa boa...

Semana passada fui na casa do Gustavo, a gente se conhece a algum tempo já, desde a época em que era casado. Na verdade eu era colega da sua ex-mulher, mas essa minha mania de me dar muito melhor com rapazes do que com as meninas fez que me aproximasse bem mais do Gustavo.
Fui lá dar um "oi"... fazer aquelas visitinhas típicas de quem não tem nada pra fazer. Chegando lá vejo o Henrique (expressivos olhos azuis, cabelinhos loiros e 1m de altura) sentado no chão da sala jogando video-game.
Quando me viu largou tudo e veio correndo me dar um abraço... coisa boa abraço de criança...

- Oi tia Ju!
- Oi Henrique... como tu tá grandão! Me da um beijo!

Coisa boa beijo de criança.... eles beijam com vontade, apertado....
Fiquei sentada no sofá conversando com o Gustavo... falando da vida, decepções amorosas, profissionais, familiares... ai ai... tanta coisa...
Derrepente soltei aquela frase típica minha:

- É Gu, não sei se caso ou se compro uma bicicleta!
- Compra uma bicicleta Ju... dá mais certo e sai mais barato!

O Henrique me olhou... deu pause no jogo, sentou do meu lado no sofá e disse:

-Tia Ju... casa comigo?
Pois é minha gente.... isso mesmo... fui pedida em casamento por um principe encantado de 4 anos. Juro que tive vontade de chorar (o que é bem típico... chorona!!)
Apesar de eu e o Gustavo achar a maior graça o Henrique continuou me olhando com ar de homem que espera uma resposta... cheguei a ficar sem graça... era tão fofo.

- Tá bom... caso se você me ganhar no video-game!

Desafio aceito, o Henrique correu para o video-game com aquela carinha de quem se esforça para completar um desafio... sentei ao seu lado e começamos a corrida.
Com aqueles olhinhos azuis triste no final ele me diz:

- Perdi.

Puxei ele para o meu colo... dei um beijo bem apertado e disse:

- Vamos esperar mais uns anos? Teu pai não vai deixar você casar comigo agora.

Ele baixou os olhinhos, com cara de quem sofre a primeira decepção amorosa.
Helena, irmã do Gustavo entra na sala...

-Henrique, quer ir no mercado com a tia?
- Ebaaaa.... posso comprar bala?

É... acho que ele vai superar... e eu perdi a oportunidade de casar com um dos únicos homens ainda puros que eu conheço!
Coisa boa ser criança...

Felizes para sempre...

Dificil acreditar como as coisas que as vezes parecem absurdas também podem parecer a melhor opção.

É verdade, estava pensando na época em que as meninas não se exibiam por ai, ficavam em casa aprendendo a ser uma boa mãe, uma boa esposa... a mulher ideal. Até que um belo dia seu pai chegava em casa e anunciava o seu futuro marido... muitas vezes alguém que ela nunca tinha visto antes.

Começavam a encontra-se na sala da família, o rapaz precisava corteja-la (o que na verdade não faria diferença pois o casamento já estava até marcado) e então eles se apaixonavam e viviam felizes para sempre.

Claro... era isso que elas tinham que fingir... contar para os filhos, netos, bisnetos... mas vamos combinar que era uma vida muito mais fácil!!

Elas não passavam noites em claro sonhando com o principe encantado, mesmo porque quando começavam a "olhar"  para os meninos o pai já lhe apresentava o pretendente... não gastavam caixas de lenços de papel chorando por decepções amorosas e nem sofriam de SDP (sindrome do dedo podre).

Pois é... me pergunto porque não continuou assim, afinal elas eram felizes... mesmo sem muita opção... acho que está ai o erro, temos tanta opção que acabamos ficando loucas, confusas e deprimidas.

Seria bem mais fácil casar e depois se apaixonar... agora já é tarde demais!!